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Mitologia em Português

23 de Novembro, 2017

Origem da expressão "Canto do Cisne"

Sobre a origem da expressão Canto do Cisne, dizem-nos as muitas histórias da Antiguidade, e até alguns bestiários da Idade Média, que pouco antes de um cisne morrer ele canta da forma mais bela. No Críton, Sócrates até usa essa ideia como prova da existência de uma vida após a morte, dizendo-nos que o animal cantava assim porque sabia muito bem o que o esperava, tendo a certeza absoluta de que ia passar para uma existência muito melhor do que a sua actual. São quase infindáveis os autores da Antiguidade, da Idade Média e até dos nossos dias que nos repetem esta mesma informação, referindo-nos o proverbial canto do cisne, mas... será ela verdade, será que existe algum facto real por detrás de toda esta história?

O proverbial Canto do Cisne

Na imagem acima pode ser visto um destes animais com uma lira, prestes a cantar a sua derradeira vez e a ser coroado por um deus, provavemente até Apolo - de quem era um dos símbolos - antes do seu famoso Canto do Cisne. Como a figura divina, também este animal se pensava que sabia o futuro, e só assim era capaz de prever o que lhe iria acontecer. E, nesse sentido, até existem diversas gravuras medievais que mostram incidentes curiosos envolvendo este animal, algumas em Portugal e outras no estrangeiro, de entre as quais até podem ser vistos cozinheiros a perseguirem-no com um faca, na esperança de que ele lá cante essa sua mágica melodia. Mas... será ela verdade? E se sim, onde podemos ouvi-la?

 

No mundo de agora, em que temos acesso a incontáveis fontes de informação ao simples clique de um botão, é muito fácil verificar essa história. Inesperadamente, não só o cisne não canta, como também não quebra (magicamente) esse jejum de cantoria para o fazer antes da morte. Por irónico que nos pareça, a certeza do sábio Sócrates estava errada, mas a expressão - originalmente, cygnea cantio, que não significa muito mais do que "Canto do Cisne" - tornou-se tão famosa ao longo dos séculos que ainda hoje é usada para designar uma derradeira (e grande) obra antes da morte de alguém.

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